Anestesias Alternativas

O que fazer quando o paciente tem alguma restrição ao uso de anestésicos?

Se estivermos falando apenas de medo de agulha, pode ser avaliada a aplicação de anestesia sem agulha, método aprovado pela ANVISA, onde o anestésico é introduzido no tecido por pressão.

Parece apenas um detalhe, mas esta forma de aplicação sem agulha pode fazer toda a diferença para pacientes que sofram de fobias severas. Ainda em casos de restrições motivadas por medo ou fobia, é possível usar como complemento à anestesia uma sedação leve, para que o paciente relaxe, que pode ser feita via oral ou por inalação.

Porém, se o impeditivo é algum tipo de alergia ou efeito colateral ao anestésico, a situação é um pouco mais complicada. A primeira alternativa é avaliar todos os anestésicos disponíveis e entender se algum deles pode ser aplicado sem representar risco para o paciente.

Apesar de não ser comum, existem casos extremos onde o paciente não pode tomar anestesia ou, pior, é resistente à anestesia local em função de alguma condição preexistente (como a síndrome de Ehlers-Danlos). Nesses casos, restam poucas opções, que o dentista deverá discutir com o médico de seu paciente.

Dependendo do caso, pode ser necessário tratar o paciente utilizando anestesia geral, situação na qual o procedimento terá que ser obrigatoriamente realizado em âmbito hospitalar, que não será um problema para você, que tem um Consultório Portátil.

Por fim, quando nenhuma das opções é viável, existe um último recurso: hipnose. A hipnose vem sendo usada desde o século passado na odontologia e pode ser uma ferramenta eficaz no controle da dor.

O paciente é induzido a um estado de relaxamento profundo que pode ser capaz de aliviar ou até suprimir a dor. Dependendo do grau de entrega e relaxamento, ela pode substituir a anestesia local.

Vale lembrar que hipnose não é aquele clichê de programas de televisão, onde as pessoas são induzidas a praticarem atos vexatórios: o paciente está no comando, ele apenas segue as instruções do hipnólogo, mas de forma alguma pode ser induzido a fazer ou dizer algo que não queira. É como se o hipnólogo fosse um GPS que indica o caminho e o paciente o motorista de um carro: em última instância, a decisão é sempre do motorista.

Se você se deparou com um paciente que não pode ou não quer ser anestesiado, apresente as opções e decida, se for o caso, em conjunto com um médico, o melhor a fazer. O importante é que o paciente saiba que ele tem opções.

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